AMARO POETA DEUS
Deus fez o mundo do nada
E em seis dias terminou,
Dois terços de água em cima
O mar na terra plantou,
E o céu bordado de estrelas
Suspenso no ar deixou.
O arco íris pintou
No céu como um diadema,
O sol nascer cor de ouro
E morrer da cor de gema,
E no crepúsculo da tarde
Deixou escrito um poema.
Com a sua mão suprema
Deu velocidade ao vento,
Deu as aves asas soltas
Pra bailar no firmamento,
Porque o mestre é o único
De perfeição cem por cento.
Sem o seu consentimento
Nada se move na terra,
Sua previsão não falha
O seu projeto não erra,
A máquina não enferruja
E nem o seu eixo emperra.
Seja no céu ou na terra
Deus é puro e escorreito,
Deu a lua quatro faces
E nenhuma dá defeito,
Toda semana ela muda
Mas não muda ao seu efeito.
O universo perfeito
Pintou de todas as cores,
Fez da terra um lençol verde
E ornamentou de flores,
Com animais e florestas
E entregou aos pastores.
Cuida bem dos pecadores
Que pra Deus isso é comum,
E ainda deu anjo
De guarda pra cada um,
Cuida de todos os filhos
Sem se esquecer de nenhum.
Deus é três pessoas num
Pai, filho e espírito santo,
Ninguém foge do seu olho
Nem escapa do seu manto,
Se transporta sem olhar
E voa sem sair do canto.
A chuva que cai do manto
Pingo a pingo é peneirada,
O rio de água doce
O mar de água salgada,
Que a natureza obedece
A quem fez tudo do nada.
Passa em toda morada
No dia a dia sagrado,
Ninguém pensa qualquer coisa
Que ele não tenha pensado,
Que ele ama o pecador
Mas aborrece o pecado.
De poder ilimitado
Deus é o onipotente,
Por estar em toda parte
Ele é onipresente,
E de saber absoluto
Deus é o onisciente.
Com a sua mão potente
É comandante da nave,
A bordo do cosmo faz
Girar o globo suave,
E dos desígnios e mistérios
Ele é o dono da chave.
Quem tira do olho a trave
Conhece dos defeitos seus,
E sabe que Deus é dono
Até da fé dos ateus,
Que até quem não tem fé sabe
Que o dono do mundo é Deus