quarta-feira, 10 de junho de 2020

SER

SER

É mais que deixar
Que a VIDA prossiga.

É reter... sorver...
Alimentar, e
Alimentada ser.

É muito... muito mais
Que uma condição.

Abraçar uma VIDA
... despir-se para agasalhar.

MÃE!
SER-Criatura
SER recriando...
... a Criação.


Maio/19.



Resiliência

Resiliência

Resiliência!
Resiliência!
Resiliência!
Ai... quanto cansaço...
Haja paciência!
Não quero tê- la.
É postura...
... é decisão.
Tenho Alma
Não sou máquina, não!
Eco de cobrança
que me aperta.
Incentivo pra seguir em frente?
Não sou máquina, não! Sou GENTE.
A pausa... o descanso... a gentileza
que dou à mim sem medida
se fará ponte do caminho.
Então, no equilíbrio reconstituído,
mesmo descalça, seguirei sem gemidos.
Mas, calma!
Resiliência... ninguém me impõe, não!
Sou vida!
Não sou máquina, não!

Valéria C. S.
25/10/18.
Semejantista


http://alfredasis.cl/ASIS_SEMEJANTISTAS.pdf

Páginas: 61 - 65

Valéria C.S.

Dedo

Dedo - Indica (dor )


Indica caminhos
para o mal ou para o bem.
Sinaliza a fala
daquele que a palavra tem.
Dedo indicador de modos
Dedo que te aponta
critica e afronta.
Extremidade
que leva à extremos
se a intenção for provocar o medo.
Dedo!
Todos tem.
Quero saber qual a Mão que te sustem!
Simples é seu gesto
Fulminante é  seu efeito.
Seria o sinal que chama para o abraço,
ou pontaria certeira pra estilhaços?
Competência de cada um escolher...
Que Dedo você quer ser?


Valéria C.S.   /  2019



Cuidar para merecer

Clamor de Gaia


E quem não quer...
a Flor de cheiro doce,
com formosura e viçosa cor?
E quem não quer...
essa Flor perfeita e santa
tão plena e absoluta que inseto algum
ousa destruí - la?
Quem plantará  a  semente
desse prazer,
e regará tal raiz com zelo de merecer?
Ah... Bela Flor dos encantos!
Tão cobiçada por suas belezas...
Desejam Seu perfume, Sua cor, Seu viço
e desprezam a necessidade
de cuidar - te,
desde o Seu início...


Valéria C. S.
30/12/18


frase/ livro: A menina que roubava livros

Trecho - Livro: A Menina que roubava livros



"As palavras sempre ficam.
Lembre-se sempre do poder
das palavras. Quem escreve
constrói um castelo, e quem
lê passa a habitá-lo.”


A Menina que Roubava Livros



Qual a minha idade? / SARAMAGO

Saramago


Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam trocar carinhos com os dedos e as ilusões se transformam em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama louca, ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão desejada. E em outras, uma corrente de paz, como um entardecer na praia.
Quantos anos eu tenho? Não preciso de números para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho, ao ver meus sonhos destruídos…
Valem muito mais que isso.

Não importa se faço vinte, quarenta ou sessenta!
O que importa é a idade que eu sinto.

Tenho os anos de que preciso para viver livre e sem medos.
Para seguir sem medo pelo caminho, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.

Quantos anos tenho? Isso não importa a ninguém!
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e sinto.



José Saramago

Um conto?


Um Conto?!


Um conto?
  O Amor... Ah! O Amor existe sim.
  " Até que a morte os separe"? Sim.
  Doses diárias de muita boa vontade, disposição e... por que não, um pouco de teimosia? Pra fazer valer, pra fazer SER!
  Ele nem pensava em relacionar - se seriamente.  Relacionamento? Palavra que causava urticária. Ela? Provavelmente buscava um alguém. Um querer tão íntimo de encontrar, simplesmente.
  Talvez a vida seja isso: o inesperado!
  Entre receios, desejos, encontros e desencontros, hoje ele dorme no sofá da sala - talvez prefira assim -  e, quando o dia começa a clarear, vai pra junto dela em sua cama. No aconchego do abraço quentinho um ninho se faz.
  Sequer poderiam imaginar que hoje diriam:
- Eu não vivo sem ela, não!
E sorrindo ela responder confiante:
- Eu sei, eu sei... ...


Valéria Cocenza dos Santos
15/01/19.



Tudo o que vive é pulsão do sagrado.


Tudo que vive...



"Tudo o que vive é pulsação do sagrado. As aves do céu, os lírios dos campos... Até o pequenino grilo, no seu cri-cri rítmico, é uma música do Grande Mistério... É preciso esquecer os nomes de Deus que as religiões inventaram, para encontrá-lo, sem nome, no assombro da vida..."


Rubem Alves



Cora Coralina/Meu Epitáfio

Meu Epitáfio

Morta... serei árvore,
serei tronco, serei fronde
e minhas raízes
enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma Lira...
Enfeitei de folhas verdes
a pedra de meu túmulo
num simbolismo
de vida vegetal.
Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos.

(Cora Coralina)

terça-feira, 2 de junho de 2020

Poeminha amoroso

Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1880-1985), nasceu em Goiás Velho. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, conforme este “Poeminha Amoroso”, que versifica a sua paixão.

POEMINHA AMOROSO


Cora Coralina

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu…
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu…
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;

te deixará pasmo, surpreso, perplexo…
eu te amo, perdoa-me, eu te amo… 

Rosas

ROSAS


Rosa! És a flor mais bela e mais gentil
Entre as flores que a Natureza encerra;
Bendito sejas tu, ó mês d’Abril
Que de rosas inundas toda a terra!
Brancas, vermelhas ou da cor sombria
Do desespero e do pesar mais fundo,
Sois símbolos d’amor e d’alegria
Vos sois a obra-prima deste mundo!
Ao ver-vos tão bonitas, tão mimosas
Esqueço a minha dor, minha saudade
Pra sô vos contemplar, ó orgulhosas.
Eu abençoo então a Natureza,
E curvo-me ante vos com humildade
Ó rainhas da graça e da beleza!

Florbela Espanca

Clarisse Lispector

Clarice Lispector

...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.


Amar

Não se apagou em mim
a chama do Amor...
... mas, muito desacreditei 
que ainda pudesse 
sonhar os sonhos 
que um dia sonhei. 
Um abraço quente 
que devolve paz,
Um beijo surpresa...
... que alimenta a beleza
de envolvido estar,
A segurança da mão amiga 
pra acompanhar...
Quero amar!
Ainda há uma faísca 
que insiste em não se apagar...
Só não cabe procurar,
porque o Amor simplesmente 
acontece... 
Ele mesmo se faz encontrar. 

Valéria C. S.
03/11/19
22h 49m

Nossos caminhos... descansar!


Nossos caminhos... descansar!

Voei 
O desejo de pousar 
Fazer nosso ninho... Ficar.
Por Verdades que desconheço
Minha viagem não fixou endereço. 
Devo aceitar. 
Sorrisos e lágrimas 
Compõem a história 
Mas, não ouso rejeitar!
Tudo foi certo 
Necessário vivenciar. 
Hoje... a distância. 
Uma urgência... ... minha!
Talvez não compreenda 
Talvez não concorde 
Mas, peço -te  que aceite 
Um dia... no tempo... 
Da existência infinita 
Reencontrar no deleite 
No olhar... sem punição 
Você e Eu 
Envoltos em Paz e Perdão. 

Nossos caminhos precisam descansar!

Valéria C.
23/ julho. 2018


http://www.alfredasis.cl/ASIS_DETRAS_PUERTA.pdf

http://www.alfredasis.cl/ASIS_DETRAS_PUERTA.pdf
    Por trás das portas _   Valéria C. S.
    Página 17.   


A

Amor


Amo,
Assim, anestesiadamente 
Amor - amigo!
Antes assim...
Agora, além...
... ambições? Ah!!
Aspirações? Acompanham a ânsia.
Amo. Amarei.
Andarei acariciada 
ante alento, alegrias...
... Amparada!
Abraços abrangendo a Alma,
Ampliando afetos...

Valéria Cocenza dos Santos. 
( Tautograma -  letra: A).


7/01/20.

Mãe


Mãe


Sempre ficava na "barra de sua saia"
Gostava da sua presença 
Brincávamos do que eu quisesse 
Presença, carinho...
... não poderia saber 
o quanto de bagagem sofrida 
Ela trazia e ainda sofria. 
Fomos presença uma para outra.
Fui sua companhia...
... na hora alegre 
e quando sua lágrima caía. 
Sorrimos juntas.
Choramos juntas... também. 
Ainda fico na "barra de sua saia"...
... zelo por Ela!
Como eu gostaria 
de arrancar dos seus ombros 
todas as dores 
e desabores...
Ainda brincamos...
Bendigo por sua presença, mãe!
Juntas...
Amo ser tua filha!

Para minha mãe Stela. Amor, presença, cumplicidade... fostes a melhor mãe que pudera ser. 

Valéria C. S.
04/11/19
21:13


INFINITO

INFINITO

Infinito Universo
meu...
Verso de riso ou de choro.
Infinito é meu canto
afinado, mas sem coro.
Vastidão de sentimentos
que não permite multidão.
Infinito é o meu sozinho coração,
estrada pra pouquíssimos pés.
Infinito é meu leito
de vida... e de morte,
pois qual seja minha sorte,
Infinito será meu pó.
Infinito é o desejo...
... sonhos que não se cumprem.
Infinito EU.
Tantos Eu's em um.
E nisto creio! Professo minha fé
que sou Todo em tudo.
Sou a Luz de todos os meus escuros.

Valéria C. S.
Outubro / 18


Magia


Magia é o que faz voltar
Contra quem desejou o que de mal me desejam
O olho refletindo que vem contra mim
Os magos todos louvados sejam
No dia em que olhei pro mar
E alguém revelou que lá no fundo latejam
Os corações meninos de cem querubins
Que o fundo desse lago azulejam

Dá-me Brasília a calma
Que hoje Madalena precisa em mim
Me encha de luz a alma
Que o vento da alegria responda que sim

Dá-me Brasília a calma
Que hoje Madalena precisa em mim
Me encha de luz a alma
Que o vento da alegria responda
Que o vento da alegria responda depressa
Que o vento da alegria responda depressa que sim


, sobre amor próprio

Sobre Amor Próprio



sobrecarregue - se de gentileza  e cuidados para consigo. Esta sobrecarga nunca fará peso! Muito antes, será um socorro amigo e amoroso que ninguém conseguirá tirar de você.  
Quanto a mim? Esta que vos escreve?
Sou a primeira a ler e fazer valer tais palavras em minha vida. 

Oscar Wilde ( 1854 - 1900):
" Amar a si mesmo é o começo de um romance para toda a vida "

29/02/20